quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Livro infantil tem nova técnica em braille


Coleção põe no mercado método diferente de impressão de livros para deficientes visuais, com desenhos em alto relevo, texturas e aromas
Cristiane Rogerio

Ilustrações Luise Weiss














Adélia acordou com fome. Mas é domingo, a mamãe e o papai estão dormindo. Adélia faz bastante barulho, para ver se eles acordam. Bate com o pé no chão e nada. Abre e fecha a porta e nada. Balança o chaveiro e nada. Qual o pai e a mãe de filho pequenos que não viveu essa situação? E como é bacana encontrar em um livro infantil uma história assim, simples e boa da família se identificar? Mas no livro Adélia Cozinheira, escrito por Lia Zat e com ilustrações de Luisa Weiss, há algo além de um bom roteiro: o livro foi idealizado e publicado por um novo método de impressão em braille que vai permitir a edição em grandes tiragens, e é adequada tanto para quem é totalmente cego, quanto para quem tem visão subnormal ou normal. 

Tudo começou quando a escritora Lia Zatz conheceu um pai em uma livraria que procurava livros para sua filha deficiente visual. Lia começou a pesquisar o assunto no Brasil até que uma amiga em comum apresentou-a a designer gráfica Wanda Gomes, que também estudava o mesmo assunto. A coincidência aproximou as duas e em 2006 elas começaram os testes com o apoio técnico da Efeito Visual Serigrafia, uma gráfica de renome em São Paulo. “Esses testes eram sempre levados à apreciação das várias instituições, profissionais e educadores na área da deficiência visual. Em paralelo, fiz um curso de pós-graduação em design gráfico e os fundamentos teóricos me deram a segurança necessária para seguir em frente com o projeto de design e do sistema que batizamos de Braille.BR”, diz Wanda Gomes. 

Adélia é o primeiro livro de uma coleção. Na história, a pequena Adélia vive momentos de autonomia em casa tentando preparar um café da manhã de surpresa para os pais. Além do texto em braille, a ilustração também permite à criança descobrir do que o texto está falando, com desenhos em alto relevo, texturas e aromas (dá para sentir o cheiro de xampu em uma das páginas!). O livro recebeu incentivo da IBM Brasil através da Lei Rouanet, Ministério da Cultura, e, por enquanto, será distribuído em escolas e bibliotecas que atendam deficientes visuais. Wanda conversou com CRESCER. 

CRESCER: Como é o mercado de livros em braille pelo mundo? 
Wanda Gomes: O sistema braille é um sistema de escrita e leitura tátil que muito pouco se alterou desde a sua aprovação oficial, em 1854, no que diz respeito aos processos de impressão. Os livros impressos aqui no Brasil e no mundo, seja através de processo manual, computadorizado ou estereotipia gravam os sinais através de perfuração ou melhor, de um repuxo que produz alto relevo de um lado e baixo relevo do outro lado da folha de papel. 

CRESCER: E como é o mercado no Brasil? 
WG: O mercado ainda é extremamente carente, há muito o que fazer. E pessoalmente, acredito que este livro não esgota de maneira alguma as possibilidades gráficas para a pessoa com deficiência visual, mas é a prova concreta da existência de uma área com grande potencial de trabalho para o design gráfico. Não tenho dúvida alguma de que através das ferramentas que o design nos oferece, podemos projetar materiais com a finalidade de alterar e democratizar significativamente os meios de acesso da pessoa com deficiência visual à cultura e à educação. 

CRESCER: Qual o impacto desta tecnologia a partir de agora? O que vocês pretendem? Vão compartilhar essa tecnologia com outras editoras e ir atrás de bons títulos de literatura infantil no Brasil ou a ideia é criar somente novas histórias? 
WG
: Desejamos compartilhar, sim, e desejamos com esse projeto sensibilizar o mercado editorial, chamando a atenção para um nicho que é carente de produtos de qualidade. Esse sistema de impressão pode inclusive, ser aplicado sobre outros materiais além do papel. 

CRESCER: Qual a principal diferença entre o modo que é feito livro em braille hoje e o que você idealizou? 
WG: As três maiores diferenças entre o braille impresso de maneira convencional e o Braille.BR é, primeiramente, que este último não perfura o papel. Assim, o papel fica totalmente preservado e a impressão offset (impressão em tinta) também. A impressão do Braille.BR pode ser feita em ambos os lados da folha de papel. É impresso com um tipo de verniz totalmente transparente e isso dá um resultado final na impressão de altíssima qualidade, e os pontos da cela braille não atrapalham a leitura da pessoa que enxerga. 
Outro fator é que os pontos da cela no Braille.BR não cedem com a pressão dos dedos como acontece no braille convencional. Assim, o Braille.BR confere ao livro uma vida útil muito mais longa do que o braille comum. 

E ainda: o Braille.BR possibilita a combinação e utilização de texturas também com verniz e relevo. Com certeza, esse processo permite ao designer utilizar mais a sua criatividade no projeto de um livro ou outros materiais similares e oferecer ao deficiente visual informações muito mais ricas. 

CRESCER: O livro será comercializado? Haverá algum tipo de ação social/educacional com ele? 
WG: Essa primeira edição está sendo distribuída gratuitamente para entidades e bibliotecas públicas com acervo em braille. Algumas instituições educacionais do setor já nos procuraram com propostas de inclusão do livro em atividades de sala de aula. 
Estamos já trabalhando na produção uma edição comercial para meados de 2011. 

CRESCER: Quando teremos o próximo? 
WG: Simultaneamente à segunda edição do Adélia Cozinheira, estamos trabalhando também na produção do segundo volume da coleção Adélia.

sábado, 22 de outubro de 2011

Vaga para crianças especiais nas escolas regulares


Conseguir vaga para o aluno especial não é tudo. 
O desafio é fazer a criança permanecer no colégio


Lélia Chacon e colaboraram Fernanda Portela, Malu Echeverria, Mônica Brandão

Renata Chabetai
Débora concluiu o curso de magistério em Natal, Rio Grande do Norte, e se tornou professora. O que a destaca na busca desse sonho é ser portadora da síndrome de Down. Sua mãe, Margarida Araújo Seabra de Moura, atribui a trajetória de sucesso da filha à sua convivência na escola. “Ela sempre estudou em colégios comuns, que a aceitaram e fizeram de tudo para se moldarem às suas necessidades em vez de a forçarem a se adaptar ao seu padrão de ensino.” Para Margarida, essa é a verdadeira inclusão das pessoas com deficiência à sociedade e “ela se constrói aos poucos, com a troca de informações entre pais e professores que convivem com a deficiência”, explica.


Direito garantido


Para que experiências como a de Margarida e sua filha tenham bons resultados, os pais têm de saber antes que a escola é um direito de todos, garantido pela Constituição Federal e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). “Significa que a matrícula de uma criança não pode ser recusada por causa da sua deficiência”, afirma a procuradora da República, Eugênia Augusta Fávero, lembrando que essa é uma determinação da Resolução no 2, de 2001, do Conselho Nacional de Ensino. Na prática, segundo ela, o problema é que essa resolução assegura a entrada da criança com deficiência na escola, mas não a sua permanência, pois a escola pode decidir pelo seu encaminhamento para uma instituição de ensino especial ou para uma regular com sala especial. “Esse poder impede que a família e a criança escolham o que é melhor para elas, o que fere vários tratados internacionais contra a discriminação das pessoas com deficiência”, esclarece Eugênia. 
“É preciso discutir com a escola como ela pode mudar para atender a criança com deficiência, seja na arquitetura, seja em seu projeto pedagógico”, comenta o promotor de Justiça, Júlio Cesar Botelho, do Grupo de Atuação Especial de Proteção às Pessoas Portadoras de Deficiência, do Ministério Público Estadual de São Paulo. Segundo ele, a procura dos pais tem sido grande para garantir a permanência do filho na escola. “A resistência é maior para a criança com deficiência mental. Mas todos os casos têm sido resolvidos com negociações, sem que o Ministério Público precise recorrer a processos”, diz Botelho. 
As negociações, no caso da família de Flávio Nobre, que tem síndrome de Down, demoraram mais de um ano. O objetivo era evitar que o menino fosse transferido para uma sala especial. “A escola culpou o meu filho de não poder atendê-lo em vez de assumir que o problema era ela”, conta a mãe, Maria Madalena. Enquanto a situação não se resolvia, Flávio não ficou parado. Fazia natação e equoterapia e estudava com professora particular em casa. Por fim, foi encaminhado a uma sala comum. “O que foi negociado é que ele fizesse atividades de que gostasse, como educação física e artes. E, aos poucos, os professores e eu estamos avaliando a possibilidade de inseri-lo em mais atividades”, diz Maria Madalena. “Temos que provocar a escola a mudar e não esperar que se adapte para só assim acolher a criança especial”, defende.


A escola para todos Para a coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diversidade (Leped), da Faculdade de Educação da Unicamp, Maria Teresa Eglér Mantoan, a inclusão do deficiente ocorre quando a escola se reorganiza pedagogicamente. Significa, por exemplo, trabalhar com ciclos de formação, em que as crianças são agrupadas pela faixa etária e não pelo nível de conhecimento. “Nesse sistema, o aprendizado é coletivo e a avaliação valoriza as habilidades de cada um. Na matemática, por exemplo, um colega consegue fazer contas, mas o outro, com deficiência, só consegue entender que não pode pagar a feira porque os produtos custam mais do que ele tem. Ambos aproveitam o conhecimento à sua maneira.” 
As instituições especializadas dão apoio ao processo, segundo a educadora, fornecendo à escola seus profissionais, como intérpretes da língua dos sinais dos surdos, a Libras, ou professores de braile para os cegos. “O ideal é que essa escola conte ainda com uma sala de recursos aberta a todos os alunos. É um espaço multimídia com equipamentos, incluindo máquinas de braile e computadores com programas de voz para os cegos. Todos podem perceber que suas desigualdades fazem parte do aprendizado”, afirma.
Melhor rendimento 
Há 14 anos o Colégio Jean Piaget, em São Paulo, trabalha com crianças especiais. Elas representam 15% dos alunos e são deficientes mentais, físicas e até superdotadas, segundo a coordenadora pedagógica Sônia Dreyfuss. “O rendimento deles é maior na escola regular, pois enfrentam situações que os desafiam. Se não conseguem de um jeito, tentam de outro”, avalia Sônia, que se ressente do movimento pela inclusão nas escolas particulares ser ainda muito incipiente. “Eu sinto isso quando esses alunos chegam ao fim do curso aqui, que é a 8a série, e tento encaminhá-los para outras instituições. Na maioria das vezes, as escolas alegam que não estão preparadas para recebê-los, mas percebo que é mais pelo medo do preconceito da sociedade”, diz Sônia. 
“Na escola pública o movimento de inclusão tem avançado mais”, avalia o consultor de inclusão social, Romeu Kazumi Sassaki, que acompanha o assunto na rede pública escolar de Goiás e de Minas Gerais. “De quatro anos para cá, das 1.280 escolas públicas de Goiás, 360 se tornaram inclusivas, e 88% delas tiveram sua arquitetura adaptada”, conta o diretor de Ensino Especial, da Secretaria de Educação do Estado de Goiás, Dalson Borges Gomes. No estado, não se abrem mais escolas especiais. “Hoje são 52 instituições que trabalham em parceria com a escola regular. Algumas especiais se transformaram em inclusivas, recebendo alunos da regular e outras se tornaram centros de referência de saúde e assistência social”, completa Gomes. A mãe de Matheus, 10 anos, comemora os avanços de seu filho, que é surdo, e mudou há três anos de uma sala especial para uma sala comum numa escola regular em Goiânia. “O convívio com outras crianças fez com que Matheus se tornasse menos dependente de mim e com vontade de aprender cada vez mais”, declara Aparecida Maria Campos de Sousa.


Como garantir a vaga de seu filho 
Segundo a procuradora da República, Eugênia Augusta Fávero, qualquer escola que se recusar a matricular a criança especial pode ser denunciada ao Ministério Público. “Os pais devem preparar um documento de solicitação de matrícula e estipular um tempo de resposta. O silêncio será entendido como recusa”, explica. 
O documento deve ser entregue na escola e protocolado, ou registrado no Correio ou no cartório. A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão tem uma cartilha que explica como deve ser a inclusão da criança com deficiência nas escolas da rede regular de ensino. A cartilha pode ser acessada no site www.pgr.mpf.gov.br (clique aqui para fazer o download da cartilha) e outras informações obtidas no telefone (61) 3031-6000.  
Fonte

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Colegas o Filme

COLEGAS será um filme que vai fazer as pessoas refletirem: se 3 jovens com síndrome de Down partiram em busca de seus sonhos, por que não fazer o mesmo? Como seria se todos buscassem realizar seu maior sonho?

Sinopse
Um filme que aborda de forma inocente e poética coisas simples da vida através dos olhos de três jovens com síndrome de Down. São eles: Stalone, Aninha e Márcio, colegas que se comunicam basicamente através de frases célebres de cinema, resultado dos anos em que trabalharam na videoteca do Instituto Madre Tereza, local onde vivem.
Um dia, inspirados pelo filme Thelma & Louise, resolvem fugir no carro velho do jardineiro (Lima Duarte) em busca de seus sonhos: Stalone quer ver o mar, Marcio quer voar e Aninha busca um marido pra se casar. Nessa viagem, enquanto experimentam o sabor da liberdade, envolvem-se em inúmeras confusões e aventuras como se a vida não passasse de uma eterna brincadeira.

Breno Viola, Ariel Goldemberg e Rita Pokk
Trio vai dar o que falar: o judoca carioca Breno Viola com o casal 
de atores Ariel Goldemberg & Rita Pokk

Lima Duarte, personagem que narra o filme, conversa com o diretor 
Marcelo Galvão durante ensaio (detalhe na blogueira fotografando).



Saiba mais em: 
colegasofilme.wordpress.com 

domingo, 9 de outubro de 2011

Um dia especial na Itália...

Com muita energia, alegria e carinho, este domingo foi marcado por um encontro de pais, filhos e amigos na praça Trento Trieste em Monza, para participar do dia nacional de pessoas com Síndrome de Down.
Muitos balões coloridos, demonstrações de vários tipos de esportes, como Judô, basquete, golf, etc.., visando o tema principal deste ano, que é o esporte. Pois além de serem inclusos na sociedade, contribui e muito para sua  própria autonomia pessoal e social.











9 de Outubro, dia nacional das pessoas com Síndrome de Down na Itália
























Realiza-se neste domigo, em mais de 200 praças, em proximidades de igrejas e centro comerciais, o dia nacional das pessoas com sindrome de down.
Os voluntários estarão distribuíndo material informativo sobre a síndrome de down e oferecendo um pequeno tablete de chocolate, em troca de uma contribuição para ajudar as 75 associações que fazem parte da CoorDown.
A campanha de comunicação desse ano de 2.011, é dedicada ao esporte e a integração esportiva de atletas com sindrome de down. 
Ser diferente é normal, mesmo no esporte.


Fonte

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Romário se emociona com programa sobre Síndrome de Down e deixa mensagem de agradecimento


Romário se emociona com programa sobre Síndrome de Down e deixa mensagem de agradecimento
"Gostaria de parabenizar a RedeTV pelo brilhante programa especial sobre Síndrome de Down exibido ontem (29), à noite. O “Aconteceu” esclareceu de forma simples e objetiva para as pessoas, principalmente, as que não tinham conhecimento sobre isso, que a Síndrome de Down, não é nenhuma doença, muito menos contagiosa. É apenas uma diferença genética, em que seus portadores têm, ao invés de 46 cromossomos - como a maioria das pessoas - 47, tendo uma falha genética no cromossomo 21.


Parabéns aos produtores e a toda a equipe da RedeTV por essa matéria realmente e literalmente especial. Aproveitando a oportunidade, gostaria de parabenizar e também agradecer a todas as pessoas que participaram dessa reportagem. São elas:

O Dr. Zan Mustacchi, pelo maravilhoso trabalho que realiza como um dos grandes geneticistas do Brasil e, com certeza, do mundo. Outro geneticista que agradeço pela dedicação a essa causa é o Dr. Juan Llorena, que também é um excelente profissional, que coloco no mesmo nível do Dr. Mustacchi.

A produtora do documentário “Do luto à luta”, Letícia Santos, que também é mãe da Joana, que tem Síndrome de Down e ao pai e diretor do filme, Evaldo Mocarzel. Esse documentário com certeza foi e é muito importante na conscientização e aceitação da sociedade em relação à Síndrome de Down.

Ao Marcelo Galvão, diretor e roteirista do “Colegas”, outro brilhante filme, por também ajudar nessa conscientização.

Aos especialistas, psicólogos, educadores, professores e diretores de escolas, que diariamente dão uma imensa contribuição para a inclusão social das pessoas com Síndrome de Down. Obrigado e parabéns a Silvana Gualda, Paula Vital, Sonia Casarin, Silvana Trago e Maria de Lurdes Cruz.

Aos pais e familiares dessas pessoas especiais, que se dispuseram a participar desse programa de maneira muito positiva, mostrando às pessoas que, depois do susto nos primeiros dias, entenderam e ajudam os novos pais a também entenderem que a fórmula é muito simples: carinho, amor, um pouquinho mais de atenção e brigar (sem violência, claro) para que seu filho possa ter um espaço na sociedade. Obrigado e parabéns a Corine Goldenberg, Olinda Xavier, Dinalva e Claudio Oliveira, Lúcia Cyreno e Marcos Trindade.

A todos os Downs, todas as crianças e jovens que participaram. Especialmente a Ariel Goldenberg, Rita Pokk, Julio Rodrigues, Guilherme Campos e Joana Mocarzel.

Tenho que dizer que estou muito orgulhoso em ter conhecido outro anjo, que se chama Elaine Costa e trabalha comigo, e que faz o meu gabinete ser mais colorido, querido e feliz.

Especialmente a Papai do Céu, por ter mudado a minha vida, me fazendo entender e aceitar coisas que há seis anos e meio atrás com certeza eu não entenderia e aceitaria, colocando a Ivy, que já foi minha “Gorduxa”, minha “Chininha” e hoje é minha “Fofinha”, minha “Princesinha” e meu “Anjinho”.

E pra finalizar, posso afirmar que no nosso país, a cada dia que passa, apesar de ainda estar muito longe do ideal, a falta de respeito, a falta de conhecimento e o preconceito estão diminuindo, graças a Deus. Consequentemente,  as pessoas com deficiência, que são hoje quase 25 milhões no nosso país, estão pouco a pouco conquistando seus verdadeiros  lugares, graças a programas como esse da RedeTV e a Papai do Céu, que coloca nos nossos corações esses sentimentos bons sobre as pessoas com deficiência".


Deputado federal Romário

Veja aqui o programa:



Síndrome de Down: o preconceito é a maior barreira

A gravidez traz muitas expectativas e surpresas para os pais. A ultrassonografia que mostra o pequeno coração batendo, os movimentos dentro da barriga da mamãe, a interação entre os pais e o filho.


Síndrome de Down







Tudo parece perfeito, até que o resultado de um exame traz a notícia de que o bebê tem Síndrome de Down. Os pais já ouviram falar muito sobre o assunto, mas nunca imaginaram que aconteceria com eles. Estima-se que, para cada 700 nascimentos, 1 bebê tenha Down.
Há mais de um século foram escritos os primeiros textos sobre o tema. O médico inglês John Langdon Down descreveu, em 1866, as características de uma síndrome, a qual chamara, na época, de mongolismo, em razão da semelhança dos traços físicos com o povo mongol – termo atualmente considerado extremamente pejorativo. Só no fim da década de 1950 é que o assunto foi um pouco mais detalhado. O médico francês Jerome Lejéune desmistificou o porquê de os bebês nascerem com os mesmos traços: ele identificou uma alteração num dos cromossomos e a nomeou de Síndrome de Down, em homenagem ao especialista que iniciou o tema no meio científico.
Nos últimos anos, o cenário mudou. Os portadores da síndrome participam ativamente da vida familiar, escolar e do lazer. Com mais acesso, tornam-se mais independentes e a auto-estima cresce
A diferença encontrada foi no cromossomo 21. Quando os 23 cromossomos da mãe encontram os 23 vindos do pai, numa das divisões ocorre uma ação ainda não identificada, que faz com que, em vez dos 46 cromossomos esperados, o feto tenha 47. Trata-se da trissomia do cromossomo 21, que ocasiona um trio, no lugar de um par de cromossomos. Essa é a alteração genética mais comum, a trissomia livre.
Há também a translocação cromossômica, que é mais rara e consiste no fato de o cromossomo 21 (extra) estar conectado a outro cromossomo. Nesse caso, na maioria das vezes, o pai ou a mãe já carregam essa alteração. Por fim, há o mosaicismo, que também é raro e caracterizado pelo fato de algumas células terem 46 cromossomos e outras, 47.
Ainda há estudos para levantar quais são os fatores que desencadeiam a síndrome e que pretendem desvendar o que ocorre durante a divisão de células para resultar no problema. Sabe-se apenas que a idade avançada da futura mãe pode facilitar sua ocorrência. A estimativa é de que a partir dos 35 anos haja a probabilidade de 1 entre 275 bebês nascer com essa anomalia genética, enquanto aos 20 anos, é de 1 em 1.600 crianças. Com mais de 40 anos, a previsão chega a ser de 1 bebê em 100.
Esses primeiros passos de Lejéune e Down conduziram a história de luta contra o preconceito da sociedade. Afinal, a informação é a grande aliada contra a discriminação. Os ganhos foram enormes, sobretudo ao pensar que, décadas atrás, as pessoas com Síndrome de Down eram internadas em manicômios, isoladas e subestimadas quanto à sua capacidade. É claro que ainda há muito que fazer em prol dessa causa. Tanto que, em pleno século XXI, ainda há discussões acerca de sua inclusão social.
"Nos últimos anos, o cenário mudou. Os portadores da síndrome participam ativamente da vida familiar, escolar e do lazer. Com mais acesso, tornam-se mais independentes e a auto-estima cresce", garante a dra. Ana Cláudia Brandão, pediatra e coordenadora do Centro Integrado de Atendimento à Criança e ao Adolescente com Síndrome de Down do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE).

Traços comuns

Os olhos amendoados, a face achatada, o pescoço curto, os dedos das mãos menores, menor força muscular são características comuns por conta da trissomia do cromossomo 21. A possibilidade de ter doenças associadas – como problemas cardíacos e respiratórios, alterações auditivas, de visão e ortopédicas – também está presente. Mas, como para qualquer outra criança, isso pode ser tratado e deve ser acompanhado por especialistas.
Outra característica comum entre as pessoas com Síndrome de Down é o ritmo particular para aprender. "Apresentam déficit intelectual de nível leve a moderado, dificuldade de aprendizagem de tarefas da vida diária, acadêmica e de raciocínio. Mesmo assim, a maioria das crianças consegue entrar na escola comum, basta ter um currículo adaptado, levando em consideração seu potencial", explica a dra. Ana Cláudia.
Elas merecem ser olhadas pelo potencial que podem desenvolver, pois são capazes. Esse olhar muda a vida da criança
Entretanto, se desde pequenino o bebê receber estímulos motores e cognitivos (de intelecto), conseguirá usar todas as ferramentas a seu favor. As crianças engatinham, andam, correm, sentam. Esse trabalho de terapias estimula o desenvolvimento do equilíbrio, da postura, dos movimentos e do raciocínio. "As práticas garantem o futuro da criança. Assim, quando adulta, terá possibilidade de vida mais independente, de trabalhar, de usar transporte público. Elas merecem ser olhadas pelo potencial que podem desenvolver, pois são capazes. Esse olhar muda a vida da criança", enfatiza a pediatra.

Notícia antecipada

Se antes os pais sabiam que o filho apresentava alguma alteração genética somente após seu nascimento, agora a mamãe pode se submeter ao One Stop Clinic for Assessment of Risk, o O.S.C.A.R., exame que rastreia essas diferenças nos genes ainda no primeiro trimestre da gestação, entre a 11ª e a 14ª semanas. O diagnóstico mais comum é a trissomia cromossômica.
O exame é simples e rápido. A partir da análise do sangue da mãe, que traça o perfil bioquímico, e da ultrassonografia morfológica, que demonstra a formação do osso nasal e a translucência nucal (acúmulo de líquido na região da nuca, que desaparece após a 14ª semana de gestação), é possível fazer o mapeamento de um possível diagnóstico. Caso o resultado seja positivo, outros exames mais invasivos são recomendados. Com assertividade de 99,9%, a coleta do líquido amniótico e da placenta confirma ou descarta o diagnóstico.

Espaço para os especiais

Desde março de 2008, o Hospital Israelita Albert Einstein se vale de mais um aliado para atender as pessoas com Síndrome de Down. É o Centro Integrado de Atendimento à Criança e ao Adolescente com Síndrome de Down, integrado à Clínica de Especialidades Pediátricas e ao Centro de Reabilitação. Além do acompanhamento pediátrico especializado, cardiologistas, endocrinologistas, ortopedistas, oftalmologistas, entre outros, acompanham os pacientes para avaliar se apresentam as doenças mais comuns.
Fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos também fazem parte dessa abordagem multidisciplinar. Os profissionais cuidam da estimulação precoce, desenvolvendo a fala, a parte cognitiva e motora. Esse acompanhamento é realizado desde os primeiros meses de vida, e a frequência no atendimento depende das necessidades de cada criança. A partir das avaliações é feito um relatório para o pediatra, com sugestões de procedimentos em busca do progresso dos pequenos e adolescentes.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O site UmAmorEspecial.com.br foi atualizado!

- Novas fotos na horta do meu papai
- Fotinhos Gi
- Novas orquídeas da mamãe
- Novidades do Blog e do Site em formato Feed RSS
  www.UmAmorEspecial.com.br

domingo, 2 de outubro de 2011

Os andadores podem ser perigosos


Andador de bebê





















O andador infantil está sempre no centro de polêmicas quanto aos seus benefícios e malefícios. Mas a questão não é tão simples para que seja classificado como bom ou mal à criança. Os riscos de acidentes existem.
Uma informação importante é que no Canadá a venda dos andadores infantis foi proibida. Países como os Estados Unidos também querem a sua proibição. O motivo mais importante para a eliminação desses andadores é o grande números de acidentes graves envolvendo crianças e andadores. A maioria das crianças que se acidentaram com o andador sofreu traumatismo craniano e, em alguns casos, faleceram.
Ingrid Emanuelson, uma pesquisadora sueca, publicou uma análise dos casos de traumatismo craniano moderado em crianças menores de quatro anos. Ela considerou o andador o produto infantil mais perigoso, seguido por equipamentos de playground.
Os andadores em que a crianças ficam sentada no meio com os pezinhos empurrando o utensílio podem chegar à velocidade de 1 metro por segundo. Qualquer objeto que trave a sua rodinha pode tombar o andador e a primeira parte do corpo a ser projetada ao chão é a cabeça. Daí o risco.
A escada é outro perigo: ”É muito comum a queda do andador em escadas, e as lesões decorrentes desta queda sempre são graves, com trauma de crânio e hospitalização”, relata o pediatra Emílio Carlos Elias Baracat.
Há outro tipo de andador em que a criança só se apoia e empurra. Estes também podem acarretar acidentes, mas em menor proporção e gravidade do que os anteriores. Não chega a velocidades grandes. E se a criança escorregar é mais difícil que a cabeça seja a primeira parte do corpo a tocar o chão.
Atenção dos responsáveis é fundamental - Os pais pensam no andador como uma ajuda para a independência dos filhos. Com os filhos colocados dentro do aparato, os pais se consideram mais tranquilos para que possam fazer a comida, passar roupa ou assistir televisão, deixando-os sozinhos. Engano grande. Com o andador, a atenção deve ser redobrada.
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) realizou um estudo com 40 crianças (metade usou andador e outra metade não) e concluiu que o andador não traz benefícios e nem prejuízos quanto ao desenvolvimento motor da criança.
“Uma das principais restrições ao andador dizia respeito ao alto número de acidentes que ele pode provocar, mas percebemos que isso é consequência da negligência dos pais. Independentemente do uso do andador, eles devem estar sempre atentos aos filhos nessa fase de exploração e descobertas”, afirma Marisa Mancini, orientadora do projeto do Departamento de Terapia Ocupacional da UFMG.
Se os pais optarem pelo andador, seu uso deve ser sempre supervisionado e com tempo limitado para que a criança possa explorar o seu ambiente de formas diferentes, se desenvolvendo bem tanto motora como cognitivamente.

Cuidando do seu bebê con Síndrome de Down


Aleitamento materno


Embora o bebê com síndrome de Down deva receber aleitamento materno, sua sucção é insuficiente devido a hipotonia muscular (musculatura flácida). No entanto é particularmente importante justamente para o fortalecimento da musculatura facial, lábios e língua o que ajudará no desenvolvimento da arcada dentária e da fala. O leite materno previne também de infecções respiratórias muito comuns nos portadores de síndrome de down, além de promover o estabelecimento do vínculo mãe/filho.

O aspecto emocional pode dificultar ou até tornar impossível a amamentação. Fique tranqüila para que esse processo não interfira na produção de leite.
Alguns bebês sentem dificuldades para abocanhar o mamilo e realizar a pega correta – sucção correta, essa aprendizagem pode levar algum tempo, o que exige muita paciência. Deixe seu filho mamar o quanto quiser e quanto tempo quiser, “pois pela flacidez muscular ele se cansa facilmente e necessita de mamadas mais freqüentes”.
Existem alguns exercícios que podem ser feitos para estimular as mamadas:
  • Acariciar em volta da boca e das bochechas.
  • Circular os lábios do bebê com seus dedos.
  • Tocar a língua dele suavemente até que ele comece a sugar seu dedo e, em seguida, colocá-lo para mamar.

Atividades para fazer em casa com seu filho
Alguns exercícios que podem ser feitos para ajudar seu bebê a se desenvolver melhor.
  • Coloque brinquedos coloridos no quarto. 
  • Faça aparecer e desaparecer objetos e pessoas à sua frente. 
  • Ponha-o ao espelho. 
  • Mude freqüentemente os objetos de lugar e não mantenha o bebê muito tempo na mesma posição.
  • Fale com seu filho, repetindo as mesmas palavras e expressões algumas vezes, e não utilize linguagem complicada. 
  • Deixe ouvir musica e cante junto dele: o bebê aprecia som e comunicação.
  • Deixe a criança olhar para a palavra impressa o tempo que for preciso para que ela aprenda e memorize seu significado. 
  • Faça jogos com as palavras, mudando-as de lugar, por exemplo, para demonstrar algumas regras gramaticais. 
  • Através da leitura a criança pode praticar frases que não é capaz de formar por si mesma, melhorar a articulação e aprender novas expressões. Dê-lhe tempo para aprender e não mostre decepcionado se o processo for lento.
  • Se você tem um computador em casa não hesite em deixar seu filho usá-lo. Há vários programas para crianças em áreas que vão da leitura a matemática. Os computadores ajudam bastantes no desenvolvimento da criança porque despertam os interesses delas. Seu manuseio exige controle de mãos e estimula a capacidade de observação e de atenção.