segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Crianças especiais: o que fazer com os tratamentos durante as férias?


Fernando Martinho

A agitação do ano todo, somada às aulas na escola, terapias e aos vários tratamentos a que a criança é submetida, precisa ser recompensada


Jeanne Callegari e Thais Lazzeri

Tirar férias, de meados de dezembro até o final de janeiro é, de certa forma, considerado pelos especialistas como parte do tratamento das crianças especiais. Isso porque esses dias servem como um tempo de descanso para os pais e, principalmente, para os filhos, que ficam mais livres para se divertir e brincar sem a preocupação do horário das consultas e das idas a clínicas e hospitais. 

De quebra, alguns profissionais da área de saúde também aproveitam esses dias para relaxar, e muitas clínicas fecham para um recesso necessário. "Os pais podem fazer em casa alguns exercícios básicos, como sentar a criança da maneira certa e colocar adequadamente os aparelhos, conforme cada caso", afirma Antonio Carlos Fernandes, diretor clínico de uma associação de assistência à criança deficiente. 

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Delícia de vida



Ser amado completamente, pura e simplesmente, sem necessidade de ser aprovado ou entendido...
Receber amor em completa medida, ser tocado no mais fundo do ser e ainda sim querer mais...
Sentir o toque suave das suas maos no momento em que o chao some debaixo dos pés...
Ouvir sua voz a sussurrar no meu ouvido e saber que meu nome esta gravado na palma das suas maos...
Na indecisao de nao saber por onde ir, parar e saber que me indicara o caminho...
Compartilhar da sua alegria no riso de uma criança ou na doçura de um olhar de um anciao...
Poder te adorar com uma cançao ou com as lagrimas de um coraçao arrependido...
Viver tudo isso.... é como saborear um delicioso bocado, algo feito especialmente pra mim... Que deve ser saboreado aos poucos... sabendo que o melhor ainda esta por vir...
Quando estarei ceando contigo, em Tua presença.. comendo o melhor dos manjares...

Lu Oliveira


E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.
João 14:3

Meu universo - Pg

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Equoterapia auxilia no desenvolvimento de portadores de deficiência

















A equoterapia é um método terapêutico e educacional que traz benefícios a portadores de deficiência física utilizando o cavalo de forma interdisciplinar nas áreas da saúde, educação e equitação.O objetivo do tratamento é desenvolver o equilíbrio e fortalecimento da musculatura dos pacientes com o auxílio de uma equipe profissional.       
Segundo a instrutora de equitação, fonoaudióloga e equoterapeuta Karina Cury C. Macedo, a utilização do cavalo como instrumento terapêutico proporciona um movimento tridimensional, semelhante ao do homem quando caminha. “Enquanto a pessoa está montando, o cérebro está em constante atividade para realizar os ajustes posturais, motores e respiratórios", e acrescenta: “Isso coloca o praticante em alerta e sua atenção trabalha a nosso favor, permitindo que sejam feitas as estimulações necessárias”.

No caso da Fonoaudiologia, procura-se propor situações de comunicação aproveitando o cavalo e o ambiente terapêutico diferenciado. “Podemos trabalhar desde o aumento do vocabulário até, em casos mais graves, gestos comunicativos. A produção da fala é estimulada através do movimento tridimensional que o cavalo produz, que influenciará diretamente nos músculos da cavidade oral, da laringe e também na respiração”, explicou Karina.

Para a diretora do Equocenter, Ivana Regina Leonardo, existem algumas contraindicações na equoterapia. “Esse tipo de terapia não é indicado para pessoas que tenham problemas na coluna vertebral, epilepsia não controlada, luxações de ombro ou de quadril, assim como pacientes que tenham comportamento auto-destrutivo ou muito medo de animais”, esclareceu.

A equoterapia além de contribuir para o aumento da força muscular,  provoca relaxamento, conscientização do próprio corpo, aperfeiçoamento da coordenação motora, equilíbrio e, conseqüentemente, melhora a autoestima. “Esse tipo de terapia oferece formas de aplicação diferenciadas, como o ambiente de trabalho: o picadeiro coberto ou descoberto, a pista de areia ou grama, enfim ambientes que fogem aos padrões convencionais”, ressalta Ivana.

   A equoterapeuta Karina Macedo afirma que a eficácia desse tratamento está na atuação de vários profissionais. “A equoterapia é marcada pelo trabalho conjunto de psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais”. E explica o motivo da utilização do cavalo, por ser um animal dócil, capaz de aceitar com facilidade diferentes relacionamentos. “Ele aceita qualquer pessoa de forma incondicional”, afirma.

Editado por Marília Spressola.

Fonte

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Síndrome de Down e a importância da hidroterapia



A hidroterapia pode ser conceituada como a execução de exercícios em meio líquido para recuperação de movimentos, utilizando as propriedades físicas da água, segundo Guimarães, 1996 e Marins, 1997. A hidroterapia é um método terapêutico que utiliza os princípios físicos da água em conjunto com a cinesioterapia e parece ser uma atividade ideal para melhorar ou tratar as dificuldades motoras, características da SD.


Esse tipo de atividade pode associar exercícios de equilíbrio, força e propriocepção. Um melhor equilíbrio pode ser conseguido com treinamento muscular e isso pode auxiliar na melhora da hipotonia. Ao ser inserido no meio aquático, o organismo é submetido a diferentes forças físicas e, em conseqüência, realiza uma série de adaptações fisiológicas, além de possuir vantagens para esse grupo populacional, com aproveitamento das suas propriedades, possibilitando um melhor rendimento aos portadores da SD.


A criança portadora da Síndrome de Down é muito dócil, bem como jovens e adolescentes, o que acaba por tornar o trabalho com a hidroterapia muito gratificante para o profissional responsável. Na realidade, o ponto de partida é, justamente, o bom relacionamento, o diálogo, a confiança estabelecida entre o profissional e a pessoa com SD, uma vez que se sabe da dificuldade de sua inclusão e participação ativa na sociedade como um todo.


Uma das características principais da Síndrome de Down, e que afeta diretamente o desenvolvimento psicomotor é a hipotonia generalizada, presente desde o nascimento (GALLAGHER, 1990). O tônus é uma característica individual, por isso há uma variação entre as crianças com esta síndrome. A criança que nasceu com Síndrome de Down vai controlar a cabeça, rolar, sentar, arrastar, engatinhar, andar e correr, exceto se houver algum comprometimento além da síndrome. Quando ela começa a andar, há necessidade ainda de um trabalho específico para o equilíbrio, a postura e a coordenação de movimentos. A hipotonia muscular faz com que haja um desequilíbrio de força nos músculos da boca e face, ocasionando alterações na arcada dentária, projeção no maxilar inferior e posição inadequada da língua e lábios com a boca aberta e a língua sempre para fora, a criança respira pela boca, o que acaba alterando a forma do palato. Esses fatores, dentre outros, fazem com que os movimentos fiquem mal coordenados.

A hidroterapia poderá ser útil aos portadores da SD, pois o ganho de força muscular para pacientes com Síndrome de Down pode ser conseguido através da resistência da água ao movimento, o que pode ser incrementado com o aumento da velocidade durante a execução destes e, conseqüentemente possibilitar o trabalho muscular. A flutuação é outra propriedade que pode oferecer resistência, e neste caso o movimento deve ser realizado no sentido da superfície para o fundo da piscina. A viscosidade é outro fator que proporciona resistência ao movimento e está intimamente ligada à velocidade (MARINS, 2001).

O trabalho de fortalecimento e equilíbrio muscular e determinadas posturas, pode utilizar a turbulência da água, provocada em diferentes velocidades, permitindo o desafio do equilíbrio para diferentes tipos de déficits motores. A adequação do tônus muscular pode ser realizada co-contração através de exercícios resistidos contra a flutuação e a viscosidade da água, durante algumas atividades lúdicas (GUIMARÃES, 1996). A densidade corporal destas crianças está diminuída pela hipotonia, fato este que leva a uma facilitação da posição de flutuação, possibilitando a realização de atividades como o nado adaptado, trazendo diversos benefícios, como o fortalecimento muscular global e o treino respiratório. A pressão hidrostática oferece estímulos proprioceptivos e táteis, que auxiliam na adequação do tônus, no trabalho sensorial, e também na resistência aos movimentos (FLINKERBUSCH, 1993).

Assim, o progresso das crianças e jovens com SD depende muito da dedicação dos profissionais que vão atuar com eles e, principalmente da família. Sendo assim, alcançou-se os objetivos deste trabalho, refletindo sobre a importância de exercícios de equilíbrio e da hidroterapia, como forma de auxiliar no processo de desenvolvimento das pessoas com Síndrome de Down. Para tanto, a criança especial que for bem estimulada, aquela que se tornar participante de eventos sociais e familiares, poderá ter um desenvolvimento muito mais satisfatório.

domingo, 6 de novembro de 2011

Medicamentos proibidos para pessoas com síndrome de Down


Cássia Valéria Colhone
1. Todos os derivados atropínicos.
A atropina - assim como outros medicamentos anti-colinérgicos - é freqüentemente usada antes de cirurgias. Também é empregada para espasmos intestinais e problemas de bexiga. A sensibilidade dos portadores de Síndrome de Down a estes medicamentos deve-se à deficiência extrema de acetil-colina em seus organismos.
Fontes:
  • Kent McLeod, bioqímico do Laboratório Nutri-Chem, publicado na newsletter Bridges, outubro de 1996).
  • Centro de Estudos e Pesquisas Clínicas de São Paulo Ltda, Dr. Zan Mustacchi, pediatra especializado – www.sindromededown.com.br

2. Os colírios à base de atropina devem ser igualmente evitados.
Utilizados por oftalmologistas para dilatar as pupilas um exames de fundo de olho. Devido ã hipersensibilidade apresentada pelos portadores se Síndrome de Down ao princípio ativo da atropina, os oftalmologistas devem optar por colírios SEM esta substancia.
Fonte: Dr Ruy do Amaral Pupo Filho, pediatra e pai de uma menina com sídrome de Down.


3. Todos os medicamentos à base de Trimetropin
Provocam alterações no desenvolvimento mental. Os nomes comerciais de medicamentos à base de Trimetropin, no Brasil, são:
Amplectrin Assepium Bacgem Bacgerm
Bactrex Bactricin Bactrim (*) Bactrizol
Balsiprim Benectrin Diastrin Dientrin
Dispeptrim Duoctrin Entercal Enterotrin
Espectrin (*) Geltex Geltrim Imuneprim
Infectrin Intestozol Kelfizina Lipadrim (*)
Pectrasol Primazol Pulkrin Pulmotrin
Reivax Selectrin Septiolan (*) Septra
Septricin Stoptil Stopil Sulfaxol
Supristol Suss Trimesulf Trimexasol (*)
Trizol Urizal Urobactrex Uro-bactrim
Uroctrin  Urofar Uro- Infectrin Uro-Geltrim
Uro-Septiolan Uro-septra Uroseptricin Urotal
Utrim      
(*) Medicamentos com formulação pediátrica   Fonte: Dicionário de Especialidade Médica 83/84
Fonte: Prof. Dr. José Carlos Cabral de Almeida - Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ.


4. Epasmo-Luftal.
É contra indicado porque pode piorar a hipotonia da musculatura intestinal dos portadores de Síndrome de Down propiciando ou agravando a obstipação intestinal (intestino preso), já freqüente nestas crianças.     
Fonte: Dr Ruy do Amaral Pupo Filho, pediatra e pai de uma menina com síndrome de Down.


5. Methotrexate
Devido à maior incidência de leucemia entre portadores de Síndrome de Down, este medicamento é freqüentemente usado. No entanto, a droga é antagonista do ácido fólico, que os portadores de Sïndrome de Down já têm em menor quantidade e assimilam menos ao ingerir alimentos.
Fonte: Kent McLeod, bioqímico do Laboratório Nutri-Chem, publicado na newsletter Bridges, outubro de 1996.


6. Antibióticos à base de sulfa.
Causam maior incidência de brotoejas, exantemas e distúrbios de comportamento. Qualquer composto à base de enxofre provoca efeitos adversos em portadores de Síndrome de Down, dada a   dificuldade de seu organismo em filtrar estes compostos do sangue e eliminá-los eficientemente.
Fonte: Kent McLeod, bioqímico do Laboratório Nutri-Chem, publicado na newsletter Bridges, outubro de 1996.


7. Anestésicos, drogas psicoativas e medicamentos de uso prolongado.
 De modo geral, o organismo humano elimina drogas em duas fases. Na segunda fase, a droga é conjugada ou ligada a uma das três substâncias fabricadas pelo organismo para torná-la solúvel em água e eliminá-la facilmente pelas vias urinárias. Duas dessas substâncias são conhecidas: glutathione e sulfato. Ambas são insuficientemente produzidas no organismo de portadores de Síndrome de Down. A terceira substância ainda não foi suficientemente estudada.  

Isso significa que qualquer droga administrada a uma com SD terá 2 de suas 3 vias de eliminação comprometidas. A droga permanecerá por mais tempo no organismo, com efeitos - benéficos ou colaterais potenciais - mais prolongados. Precauções e atenção especial são recomendados, portanto, na administração de anestésicos, remédios de uso prolongado, drogas psicoativas e medicamentos com períodos terapêuticos pré-determinados.
Fonte: Kent McLeod, bioqímico do Laboratório Nutri-Chem, publicado na newsletter Bridges, outubro de 1996.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Síndrome de Down e tendência a sobrepeso: veja qual é a alimentação adequada!


síndrome de down e obesidade


Vivemos hoje uma "epidemia" de obesidade. Em grande parte dos países – incluindo o Brasil – verificando-se um pool de indivíduos obesos, que trazem consigo um aumento das taxas de doenças cardiovasculares, diabetes e outros problemas. Na síndrome de Down há uma tendência ao sobrepeso e obesidade, conferida tanto pela taxa de metabolismo basal mais lenta, como pelo hipotireoidismo, que aumenta sua frequência conforme a criança vai crescendo.


Sendo assim, é interessante toda a família manter hábitos alimentares saudáveis, pois o cardápio ideal para a criança Down é na verdade bem variado, leve e satisfaz as necessidades de toda a família. Não adianta restringir refrigerantes e doces se a criança cresce vendo os pais e irmãos consumirem tais alimentos com frequência. Aproveitando o primeiro aninho da criança para reeducar toda a família, não haverá dificuldades nutricionais nos anos seguintes.
Os pediatras possuem curvas de peso e estatura específicas para meninos e meninas Down, que servem de base para o seguimento do peso, parâmetro mais importante do ponto de vista de prevenção de morbidades do que a estatura. Não é necessário um cálculo restrito de quantidades de calorias a serem ingeridas por dia ou dietas espartanas, mas toda criança deve ter uma puericultura regular, para que os acréscimos na velocidade de ganho de peso sejam precocemente identificados e as alterações na dieta sejam feitas. Assim, a criança não precisa ficar passando por "regimes", e sim se adaptar paulatinamente às suas reais necessidades calóricas, conforme seu metabolismo e grau de atividade.
Além da obesidade, outros desafios são a constipação (prisão de ventre), o refluxo gastroesofágico, a doença celíaca (má absorção do glúten), o diabetes e as intolerâncias alimentares. A constipação e o refluxo ocorrem pela hipotonia da musculatura digestiva; a doença celíaca e o diabetes parecem se correlacionar com autoimunidade, bem como as intolerâncias alimentares. Algumas crianças portadoras de doença de base podem ter necessidades nutricionais diferenciadas, como as portadoras de cardiopatias, predispostas à desnutrição.
Como o assunto é muito extenso, vamos discutir um pouco sobre uma dieta adequada para a família Down, que vise prevenir os problemas nutricionais mais importantes, pois as adequações específicas para cada criança ficam a critério do pediatra, gastroenterologista ou endocrinologista, conforme o caso.

ALIMENTAÇÃO ADEQUADA
Nos primeiros 6 meses de vida, a dieta do nenê é basicamente láctea, sendo o leite materno o alimento mais completo e adequado. Lembro da importância do banho de sol, que converte a vitamina D em forma ativa, que por sua vez age incorporando o cálcio à matriz dos dentes e aos ossos. Sempre que possível, o aleitamento materno exclusivo deve ser mantido até os 6 meses e, após a introdução dos outros alimentos, ser mantido por até 2 anos de idade, conforme a aceitação da criança, a conveniência da mãe ou a disponibilidade do leite materno. Os chás devem ser evitados, pois, além de serem desnecessários, provocam anemia e desencadeiam refluxo. Até os 6 meses de vida, desaconselhamos o uso de água mineral, pois seus minerais podem provocar danos ao rim.
Entre os 6 meses e os 12 meses, devemos acrescentar frutas, verduras e proteína animal de maneira gradual, escolhendo alimentos da nossa região e da época, introduzindo-os aos poucos e dando preferência aos alimentos integrais e de produção orgânica, facilmente encontrados nas grandes redes de supermercados. O excesso de fibra pode reduzir a absorção de alguns nutrientes (como as vitaminas A e D), e isso deve ser levado em consideração quando a constipação é mais importante. As crianças com SD têm uma dificuldade de converter a pró-vitamina A contida nos alimentos (mamão, abóbora, cenoura) em vitamina A ativa, provocando deposição da pró-vitamina na pele, dando uma coloração amarelada facilmente observada nas palminhas, nos pés e em volta do nariz. Essa pigmentação é chamada de hipercarotenemia e, quando ocorre, limitamos os tubérculos citados e o mamão. Quando o bebê não está mais recebendo leite materno, optamos por fórmulas lácteas modificadas, pois são enriquecidas com ferro, vitaminas e ácido fólico. A vitamina D contida no leite materno é fundamental para os ossos e dentes, mas só fica na sua forma ativa quando a criança se expõe ao sol. Na impossibilidade da criança tomar o banho de sol (inverno, internamento, etc.), a vitamina D deve ser suplementada. Falando em suplementação, na SD há uma necessidade aumentada de ácido fólico e, conforme a dieta da criança e seus exames de sangue (anemia), esse elemento deve ser suplementado. Outras necessidades, como ferro oral, vitaminas E ou C, cálcio ou complexo B, seguem conforme as necessidades da população geral. É conveniente ressaltar que crianças que consomem leites modificados já recebem um bom aporte de vitaminas, e as vitaminas em excesso dão sintomas piores que sua carência.
O suco de frutas deve ser concentrado e sem açúcar. As frutinhas devem ser amassadas no garfo ou raspadinhas, e oferecidas aos poucos e com cuidado, depois dos 6 meses. Papinhas são ofertadas conforme o tônus do nenê, e isso varia de nenê para nenê.
A primeira papinha salgada pode ser liquidificada, mas aos poucos prefere-se amassar a parte sólida da sopa com o garfo, até que a criança vá coordenando mastigação-deglutição. A cada mês a papinha fica mais grossa, até conseguir passar a ofertar comidinha. A segunda refeição salgada do dia deve começar a entrar no cardápio quando a criança já aceita o volume esperado na hora do almoço. Adequar a dieta de um lactente exige paciência e muito carinho. Nessa idade é feita a base e, se uma recusa alimentar é seguida da pronta oferta de uma mamadeira, dificilmente conseguimos que a criança se alimente bem no futuro. Evitar o hábito do consumo de doce e do excesso de mamadeiras que tanto contribuem para a obesidade dá trabalho, mas vale a pena.
O glúten, contido nos preparados para mingaus, nos biscoitos e macarrão, por exemplo, só deve ser introduzido depois dos 7 meses. A clara de ovos e o iogurte devem ser introduzidos só após os 12 meses de vida. A clara de ovos provoca muita alergia e sequestra ferro; o iogurte, apesar de rico nutricionalmente, contém muito açúcar e provoca infecções intestinais, por ser um alimento extremamente perecível (não é raro vermos iogurtes fora da refrigeração abandonados por compradores em supermercados, e que evidentemente voltam aos refrigeradores algum tempo depois). Até 1 aninho de idade, todos os utensílios do nenê devem ser fervidos.
O nabo e a folha verde de mostarda interferem no metabolismo da tireoide, devendo ser evitados. Ainda bem que é só isso – quem precisa de nabo ou de mostarda? Por isso que não falo em restrição alimentar na síndrome de Down, mas em adequação, em reeducação. Muitas crianças da população geral têm hipercarotenemia, tantas outras são diabéticas ou possuem constipação crônica e tantas outras são alérgicas ao leite ou intolerantes ao glúten, o que nos faz mostrar que a dieta melhor para a criança Down é a melhor para todo mundo, pois é rica em fibra, pobre em açúcar refinado e gordura, variada e muito saudável. Restrições são prescritas caso a criança tenha um problema nutricional particular, seja ela Down ou não.

ALIMENTOS QUE DESENCADEIAM REFLUXO GASTROESOFÁGICO
Alimentos que contêm xantinas, tais como café, chocolate, refrigerantes tipo cola e chás; alimentos muito gordurosos (relaxam mais a musculatura do esfíncter que fica entre o esôfago e o estômago); leite: nos casos de alergia ao leite, o refluxo pode ser secundário à alergia, quadro relativamente comum.

ALIMENTOS CONTRAINDICADOS NA DOENÇA CELÍACA (e que devem ser evitados antes dos 7 meses de vida)
Cereais ou massas para mingaus, aveia, trigo - pães, macarrão, biscoitos
Cevada e centeio

ALIMENTOS QUE PODEM PIORAR A CONSTIPAÇÃO
Algumas frutas: goiaba, caju, banana, maçã
Alguns tubérculos: batata, cenoura
Leite
Farináceos


Fernanda S. de Azevedo Gomes é Educadora Especial, Graduada em Pedagogia/Educação Especial e Pós-graduada em Inclusão Escolar.