sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Síndrome de Down e a importância da hidroterapia



A hidroterapia pode ser conceituada como a execução de exercícios em meio líquido para recuperação de movimentos, utilizando as propriedades físicas da água, segundo Guimarães, 1996 e Marins, 1997. A hidroterapia é um método terapêutico que utiliza os princípios físicos da água em conjunto com a cinesioterapia e parece ser uma atividade ideal para melhorar ou tratar as dificuldades motoras, características da SD.


Esse tipo de atividade pode associar exercícios de equilíbrio, força e propriocepção. Um melhor equilíbrio pode ser conseguido com treinamento muscular e isso pode auxiliar na melhora da hipotonia. Ao ser inserido no meio aquático, o organismo é submetido a diferentes forças físicas e, em conseqüência, realiza uma série de adaptações fisiológicas, além de possuir vantagens para esse grupo populacional, com aproveitamento das suas propriedades, possibilitando um melhor rendimento aos portadores da SD.


A criança portadora da Síndrome de Down é muito dócil, bem como jovens e adolescentes, o que acaba por tornar o trabalho com a hidroterapia muito gratificante para o profissional responsável. Na realidade, o ponto de partida é, justamente, o bom relacionamento, o diálogo, a confiança estabelecida entre o profissional e a pessoa com SD, uma vez que se sabe da dificuldade de sua inclusão e participação ativa na sociedade como um todo.


Uma das características principais da Síndrome de Down, e que afeta diretamente o desenvolvimento psicomotor é a hipotonia generalizada, presente desde o nascimento (GALLAGHER, 1990). O tônus é uma característica individual, por isso há uma variação entre as crianças com esta síndrome. A criança que nasceu com Síndrome de Down vai controlar a cabeça, rolar, sentar, arrastar, engatinhar, andar e correr, exceto se houver algum comprometimento além da síndrome. Quando ela começa a andar, há necessidade ainda de um trabalho específico para o equilíbrio, a postura e a coordenação de movimentos. A hipotonia muscular faz com que haja um desequilíbrio de força nos músculos da boca e face, ocasionando alterações na arcada dentária, projeção no maxilar inferior e posição inadequada da língua e lábios com a boca aberta e a língua sempre para fora, a criança respira pela boca, o que acaba alterando a forma do palato. Esses fatores, dentre outros, fazem com que os movimentos fiquem mal coordenados.

A hidroterapia poderá ser útil aos portadores da SD, pois o ganho de força muscular para pacientes com Síndrome de Down pode ser conseguido através da resistência da água ao movimento, o que pode ser incrementado com o aumento da velocidade durante a execução destes e, conseqüentemente possibilitar o trabalho muscular. A flutuação é outra propriedade que pode oferecer resistência, e neste caso o movimento deve ser realizado no sentido da superfície para o fundo da piscina. A viscosidade é outro fator que proporciona resistência ao movimento e está intimamente ligada à velocidade (MARINS, 2001).

O trabalho de fortalecimento e equilíbrio muscular e determinadas posturas, pode utilizar a turbulência da água, provocada em diferentes velocidades, permitindo o desafio do equilíbrio para diferentes tipos de déficits motores. A adequação do tônus muscular pode ser realizada co-contração através de exercícios resistidos contra a flutuação e a viscosidade da água, durante algumas atividades lúdicas (GUIMARÃES, 1996). A densidade corporal destas crianças está diminuída pela hipotonia, fato este que leva a uma facilitação da posição de flutuação, possibilitando a realização de atividades como o nado adaptado, trazendo diversos benefícios, como o fortalecimento muscular global e o treino respiratório. A pressão hidrostática oferece estímulos proprioceptivos e táteis, que auxiliam na adequação do tônus, no trabalho sensorial, e também na resistência aos movimentos (FLINKERBUSCH, 1993).

Assim, o progresso das crianças e jovens com SD depende muito da dedicação dos profissionais que vão atuar com eles e, principalmente da família. Sendo assim, alcançou-se os objetivos deste trabalho, refletindo sobre a importância de exercícios de equilíbrio e da hidroterapia, como forma de auxiliar no processo de desenvolvimento das pessoas com Síndrome de Down. Para tanto, a criança especial que for bem estimulada, aquela que se tornar participante de eventos sociais e familiares, poderá ter um desenvolvimento muito mais satisfatório.

Um comentário:

  1. Pra Giovana que não andava ate dois anos e meio, foi extremamente importante a hidro...vale muito a pena. Os resultados são surpreendentes e animadores.

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